É comum ver adultos assombrados com os efeitos da internet na vida da meninada, principalmente no que se refere às redes sociais. Há quem as condene e quem as veja como símbolo natural da modernidade. Entretanto, elas não são essencialmente mocinhas, nem vilãs. Facebook, Twitter e Instagram, por exemplo, podem até assumir esses papéis, mas quem decidirá isso será o internauta, aquele que está em frente à tela do computador ou com o celular nas mãos e toma as decisões.
E é claro que quem tem 10 ou 15 anos, por exemplo, ainda não possui a maturidade necessária para tomar, de maneira adequada, essas decisões. Por isso, são os pais ou responsáveis que têm condições de instruir sobre os benefícios e os riscos que as redes sociais oferecem. Fugir delas e dizer que são “bobagens” só cria um abismo entre adultos e crianças ou adolescentes. É mais prudente se atualizar do mundo virtual a deixar que outras pessoas, nem sempre com boas intenções, orientem os filhos.
Uma dica é conversar com eles sobre o risco da exposição excessiva e da dependência exagerada e também sobre o equívoco que é externar sentimentos em praça pública virtual e escondê-los no mundo real. E, por mais que alguns pais e mães ainda rejeitem essa ideia, criar seus próprios perfis pode ser uma estratégia de aproximação com esse universo. Conhecer para orientar. Participar para instruir. Estimular os filhos a refletir, a não passar adiante qualquer foto, música, vídeo ou texto que reforcem a estupidez humana. Sim, porque a estupidez que há no mundo virtual não é culpa da tecnologia. É apenas reflexo da estupidez que já existe fora dele.
Ninguém convive por meio das redes sociais. Convivência pressupõe contato físico, olhos nos olhos, estar lado a lado. Mas podemos interagir por meio delas. E nos informar. E manifestar nossa opinião. De maneira inteligente, saudável. Fácil? Não, mas possível. Basta vê-las de uma forma natural, sem teorias maniqueístas, afinal, não são do bem, nem do mal. Apenas fazem parte da vida.