Elementos teatrais são ferramentas pedagógicas no desenvolvimento da expressividade

A atividade teatral é tão antiga quanto o próprio homem, pois os primitivos que não dominavam ainda a linguagem usavam a expressividade dos seus corpos para relatar caçadas, guerras, rituais e procedimentos de trabalho. Apenas no final do século XIX começou a ganhar espaço como área do conhecimento, estudado, pesquisado e fundamentado. O Russo Constantin Stanislavski foi um ávido pesquisador da arte teatral. Seus estudos deram origem a um método que se difundiu pelo mundo e até hoje é utilizado como referência para qualquer ator. No Brasil, foram lançados três livros de Stanislavski, dentre eles “A Construção do Ator”, leitura fundamental para qualquer aspirante a arte cênica.

Sendo assim, o teatro sempre funcionou como uma ferramenta pedagógica e social, ligando a realidade a arte, influenciando as experiências simbólicas das pessoas, suas relações com o outro e com o mundo provocando reflexões e transformações no mundo à volta.

Muitos pensadores da educação citam o jogo como condição inerente da natureza humana, principalmente durante a infância quando a relação com o mundo se dá por meio da expressividade pois a oralidade está no início do seu desenvolvimento.

A escola é o lugar onde a criança e o adolescente devem ter as possibilidades e oportunidades para o seu pleno desenvolvimento integral. A arte é a vertente criativa, em que a imaginação, as ideias e os sentimentos são expressados por meio dos movimentos, dos sons, das imagens e da ação dramática. Ter domínio sobre as regras e as convenções da ação dramática e teatral leva os alunos a assimilarem melhor suas próprias ideias e sentimentos, exteriorizando, assim, o potencial ilimitado que existe em cada um, fazendo emergir a sabedoria, o conhecimento de si, dos outros e do mundo, desenvolvendo plenamente a sua personalidade.

Nas atividades teatrais, os alunos criam uma comunicação do seu mundo interior com o mundo em que todos vivemos em conjunto. A necessidade de comunicação, de construção e interpretação de sentidos promovem um engajamento onde os participantes permutam de lugar, ora sendo protagonistas (atores), ora sendo espectadores; interpretam conteúdos sociais e íntimos, refletindo e debatendo sobre os sentidos produzidos, fortalecendo seu papel como agentes ativos dentro do meio social.

Os elementos teatrais preenchem e fortalecem o sentido de ligação entre arte e realidade gerando uma identificação dos alunos com o processo criativo e suas vidas.

A cenografia é a arte de organizar o espaço onde as peças são encenadas. Mas não é mera decoração. Cada elemento tem uma função, seja simbólica ou estética pois a partir dele é possível criar e transmitir o ambiente espacial e cronológico da obra. Para o público um deleite para os olhos e para os atores um mergulho no universo da obra.

A sonoplastia ajuda a evocar sensações e sentimentos, pois através de músicas e sons explora a sensibilidade do público e dos atores, inserindo-os numa atmosfera sinestésica intensa e sutil penetrando no mundo interior dos personagens.

A iluminação é fundamental para o direcionamento da atenção do público e influencia diretamente na atmosfera do espetáculo. Os atores ficam no centro das atenções e junto com a luz vem a responsabilidade da exposição. Com o tempo a segurança e o prazer em se expressar autenticamente.

O figurino contém muitas informações explícitas e implícitas sobre um espetáculo. Tanto as roupas como os acessórios usados pelos atores fazem parte do figurino, identificam o contexto histórico e social da obra, e sempre estão impregnados com simbologias que fazem referência até ao perfil psicológico do personagem

Por fim, a maquiagem é um recurso teatral que proporciona uma experiência estética profunda pois não há limites para a criatividade e através dela são criadas linhas e cores que indicam diversos traços da personalidade do personagem.

Todos esses elementos estão disponíveis para os alunos Platão não só nas apresentações, mas durante as aulas, proporcionando uma experiência imaginativa profunda cujo aprendizado é permeado pela ludicidade e pela magia da arte.

Por Roberto Siemieniaco – Supervisor de Teatro do Colégio Platão 

 

 

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