Diretor da 15ª Regional de Saúde conversa sobre gestão pública

A saúde pública é um tema que sempre promove discussões, principalmente no que se refere à gestão dos recursos. Por isso, é importante que haja debate sério e sensato sobre esse assunto. Apesar dos problemas que ainda implicam na qualidade de vida da população, o Sistema Público de Saúde – SUS é uma referência mundial ao longo de seus quase 30 anos.

O cirurgião-dentista Ederlei Ribeiro Alckamim é diretor da 15ª Regional da Saúde do Estado do Paraná e explica que as 30 cidades que fazem parte dessa regional têm hospitais de referência, que atendem casos de alta complexidade. Com relação à dinâmica da disponibilidade de leitos de UTI,  o governo estadual é que o responsável, e não as prefeituras. O papel da Regional é tentar viabilizar vagas próximas à cidade do paciente, no sentido de evitar deslocamentos.

Segundo Ederlei, quem lida com gestão pública precisa se basear em estatísticas, embora, é claro, como salienta, cada história seja única. Mas é preciso fazer comparações e, a partir do que se viveu no passado, planejar o futuro. Um número que chama a atenção,por exemplo, é o investimento de 2018 no Paraná em medicamentos: mais de um bilhão de reais.

O investimento nas unidades básicas de saúde é uma prioridade para a gestão pública porque esses atendimentos podem impedir que quadros evoluam para doenças graves. Em Maringá, no ano passado, houve mais de um milhão de consultas. Considerando a população da cidade, constata-se que muitos moradores de outras regiões vêm para cá em busca de atendimento. Se as UBS’s das cidades menores receberem a atenção necessária, esse número pode diminuir. O diretor da 15ª também lembrou que, infelizmente, há hospitais dessas cidades que não têm efetividade. São instituições hospitalares que receberam recursos, mas são pouco procuradas. Por isso está sendo feito um trabalho para diagnosticar até ponto vale a pena mantê-los funcionando.

Outro assunto relevante abordado por Ederlei Ribeiro Alckamim foi a recente polêmica sobre a meningite, principalmente depois que algumas notícias começaram a ser divulgadas pelas redes sociais. Conforme Alckamim, os cuidados preventivos sempre serão necessários, mas não há motivo para pânico pois não há um quadro de epidemia ou surto. As vacinas que fazem parte do calendário e estão disponíveis nos postos de saúde têm uma ampla cobertura. É claro que as das clínicas particulares são uma escolha, mas que não têm condições de pagar por elas não deve se afligir. Em 2018, só para ilustrar, houve apenas um caso de meningite B – sem óbito – em toda região da 15ª.

Assim como a meningite, as picadas de escorpião também têm causado medo entre a população. Com razão, naturalmente. Nesse caso, a atitude mais inteligente é cuidar dos espaços. Alckamim se refere aos quatro “as”: ambiente, acesso, alimentação e água. Se o animal encontrar um desses atrativos, ele irá aparecer. E não há veneno que resolva, mas sim cuidados. Assim como acontece no caso da dengue, a parceria com a Secretaria do Meio Ambiente é fundamental.

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