Lynnier Beatryz Ruiz Aylon. Um nome incomum, mistura de francês com espanhol, tão singular quanto a mulher que o carrega. E foi a história dela que ontem abrilhantou a nossa TV Platão, em uma conversa cheia de conhecimento e afeto.
Linnyer é cientista, educadora e empresária. Tem muitos títulos, mas podemos destacar os de pós-doutora em Engenharia da Computação e doutora em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Minas Gerais e mestre em Engenharia Elétrica e Informática Industrial pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Também é diretora da Sociedade Brasileira de Microeletrônica e coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação (mestrado) da Universidade Estadual de Maringá.
Nascida em Cianorte, no Paraná, teve uma infância simples ao lado dos pais e de três irmãs. Aos 14 anos teve seu primeiro emprego, na Cooperativa Agroindustrial de Maringá – Cocamar e, aos 16, deixou a cidade para estudar engenharia em Curitiba, numa época em que poucas mulheres tinham coragem para enfrentar uma profissão considerada “masculina”.
Considerando o cenário internacional, a convite do Departamento de Estados dos EUA e da National Science Foundation (NSF) Americana, a doutora Linnyer participou do US Women Scientists and Engineers realizado em Boston, em fevereiro de 2013. Foram homenageadas as 12 cientistas brasileiras de destaque e 12 cientistas americanas. Na ocasião, as pesquisadoras tiveram a oportunidade de falar sobre suas áreas de pesquisa e sobre suas trajetórias no meio científico. Referência na área de sistemas de
computação embarcados em dispositivos da microeletrônica, foi convidada a discorrer sobre redes de sensores sem fio e, também, sobre a rotina de mulheres que trabalham com ciência e tecnologia no Brasil.
Ainda no cenário internacional, em 2013, recebeu o prêmio Women in Engineering, do IEEE (Institute of Eletrical and Eletronics Engineers) – um instituto internacional que congrega mais de 430.000 associados, entre engenheiros, cientistas, pesquisadores e outros profissionais, em mais de 160 países – em reconhecimento a sua contribuição na área de sistemas de computação, que está inserida na intersecção da ciência da computação e da microeletrônica e pela representação das mulheres na ciência.
Mas o que mais impressiona na trajetória dessa cientista cianortense não os títulos acadêmicos e participações em eventos mundiais. A parte mais linda da história da professora Lynnier é que ela nunca desistiu dos seus planos de cursar engenharia e fazer a diferença na vida das pessoas. Até hoje, em suas aulas na universidade, estabelece com seus alunos verdadeiras relações de afeto. Apesar das dificuldades pelas quais passou para chegar ao nível profissional que está hoje, como os recursos financeiros escassos e a falta de estímulo de muitos que estavam ao seu redor, ela foi acolhida por professores e alunos desde a sua primeira turma, quando ainda era uma jovenzinha.
Lynnier Beatryz ama estudar, mas, acima de tudo, ama as pessoas. Ela não vê sentido em um acúmulo de conhecimento e títulos que não façam ponte com o outro.
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