Como estimular o processo de aprendizado do seu filho

Em virtude da forma como o sistema de avaliação funciona nas escolas, é uma tarefa árdua para os educadores fazer com que a meninada se desvincule do apego aos números, ou seja, não é fácil motivar os alunos a desenvolver uma atividade apenas com o argumento de que ela aperfeiçoará habilidades e ampliará o conhecimento. A nota é quase uma moeda de troca e, no caso de não existir, é comum que meninos e meninas percam o estímulo para se envolver no que foi proposto.

Mas ela é consequência, e não causa. Consequência de habilidades naturais, mas também de dedicação às tarefas, de envolvimento diário com cadernos, livros e apostilas. Quando a nota se torna a causa de tudo na escola, é hora de refletir.

Apesar de a maioria das instituições ter a avaliação contínua como forma de mensurar o crescimento dos estudantes, ainda é necessário que haja um documento para provar se o processo de aprendizagem foi eficaz. Ou se talvez ainda seja necessário focar em pontos específicos para que essa eficácia seja uma realidade.

E não adianta discursar em frente a 50 adolescentes dizendo que a nota não é importante. Quem fica em 41º no vestibular em um curso que só aprova 40 sabe o quanto isso é verdade. Mas, enquanto eles ficam focados apenas nos números, o processo perde o valor e somente o produto ganha destaque.

Quando se estuda em doses homeopáticas, desde o primeiro bimestre, é natural que o desespero típico dos últimos dias do ano letivo diminua. Quando os pais se envolvem intensamente com a rotina escolar do filho, os atropelos do 4º bimestre são minimizados. Quando os alunos compreendem que atividades as quais não valem nota são igualmente importantes, a educação melhora.

Há exceções, é claro. Crianças e adolescentes que, para orgulho da família, admiração dos professores e espanto dos colegas de turma, sentem prazer em ler, em escrever, em resolver exercícios, em fazer pesquisas. Esforçam-se sem perguntar o que receberão em troca. Sabem que não são bons em todas as disciplinas, mas querem vencer desafios.

Mas, se nem todos são assim, que pelo menos se almeje a nota, mas ela não seja o centro de tudo.

Ao educar, uma das nossas missões é ajudar os pequenos – mesmo os de 15 anos – a entender que, ao se dedicarem, há grandes chances de o resultado ser satisfatório. Não necessariamente que esse resultado se converta em notas máximas no boletim, mas que seja reflexo do esforço pessoal.

Ser o melhor da sala é motivo de aplausos, mas dar sempre o melhor de si também é motivo de orgulho.

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