Colar na escola é um ato de corrupção

Você sabia que tem até vídeo no Youtube ensinando técnicas para colar nas provas? E ainda tem uma série de posts em blogs, páginas especializadas nesse tipo de malandragem.

A cola na escola é um ato de corrupção quase institucionalizado. Tem até um ditado antigo que diz: “quem não cola, não sai da escola”. Entretanto, quem cola numa prova está trapaceando, buscando uma vantagem pessoal. Num primeiro momento, pode parecer uma ação sem prejuízos. No entanto, revela uma pré-disposição em romper com a “lei” em benefício próprio.

Pequenos atos marginais projetam comportamentos corruptos. Um estudo realizado pelo Josephson Institute of Ethics, baseado em quase 7 mil entrevistas, aponta que o “simples” ato de colar na escola significa maior possibilidade do sujeito ser desonesto. Países que têm a prática do “jeitinho” são países mais corruptos.

O relatório do Josephson Institute deixa isso claro: independente da idade, as pessoas que colaram (ou colam) na escola estão duas ou mais vezes mais propensas a serem desonestas. E os números são contundentes.

Pessoas que colaram na escola estão três vezes mais propensas a mentir para um cliente; aumentar o valor de uma reivindicação de seguro; e duas vezes mais a inflar um reembolso de despesas. Duas vezes mais propensos a mentir ou enganar o chefe; também são pessoas com probabilidade de mentir para o cônjuge ou outra pessoa significativa; além de trapacear nos impostos.

A corrupção na política, na administração pública e até mesmo nas grandes corporações nasce nas frágeis bases éticas e morais de cada um de nós.

Embora o estudo tenha sido realizado há alguns anos, um aspecto que se sobrepõe é a necessidade da educação para a formação de um sujeito ético. Os primeiros comportamentos marginais ocorrem na infância. E como as crianças aprendem na relação com os adultos, a disciplina e o exemplo são fundamentais. Quando o baixinho tenta levar vantagem, precisa ser corrigido. Entretanto, quando ele nota que o pai dá um jeitinho de escapar da multa de trânsito ou mente que não está em casa para não atender um vizinho, tudo que a criança ouve deixa de ter valor. Por isso, é preciso combinar orientação com um forte modelo ético.

(Ronaldo Nezo)

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