Brincando e aprendendo: crianças da Educação Infantil encantam no musical “O Rei Leão”

Sou educadora musical em formação há 4 anos, mas trabalho com música na Educação Infantil há 12. E, antes de começar a trabalhar no Colégio Platão, não tinha vivenciado o processo de construção de um teatro musical, um trabalho real de multidisciplinaridade na faixa etária de 1 a 05 anos.

Em minha primeira Mostra,  pesquisei em revistas e nos anais de eventos da Associação Brasileira de Educação Musical – ABEM – e encontrei apenas um artigo pedagógico que falava sobre a construção de uma ópera com os pequeninos.  Acabei aprendendo com o tempo e com a experiência dos meus colegas de outras áreas.

E, na semana passada, dois dias antes da Mostra da Educação Infantil, recebemos no Platão um grupo de alunos do 2o.  ano de Licenciatura em Educação Musical que acompanhou os ensaios do musical “O Rei Leão”. A professora que os acompanhava, pesquisadora reconhecida, Mestre e que foi minha professora também, disse “eu nunca vi nada parecido com isso dentro do contexto escolar”.

Ela tem razão.  O que acontece na Mostra da Educação Infantil é único em Maringá e ouso dizer que até em nível nacional. O trabalho multidisciplinar iniciou nas reuniões pedagógicas de janeiro deste ano, com planejamento coletivo e,  desde então, as áreas de Teatro, Música e Educação Física, mais os professores regentes,  iniciaram a riqueza de detalhes que foi possível contemplar no palco, desde a confecção dos adereços à instrumentalização sonora.

Trabalhamos nesse projeto com crianças de 1 a 5 anos de idade e, portanto, a vivência e exploração devem nortear o trabalho conjunto. Eu sou a  professora de Música das turmas da Educação Infantil – matutino e vespertino – e iniciei as vivências sonoras em fevereiro, com atividades exploratórias, temas melódicos e rítmicos para somente depois incorporar as cenas.

Atividades que permitiram a alunos de até 3 anos reproduzir finalizações de frases com a flauta, reproduzir temas rítmicos complexos no tambor e se concentrar para tocar os instrumentos apenas nas cenas em que isso fosse preciso.  Um trabalho que exigiu cooperação com as professoras regentes e muitas estratégias lúdicas. Brincadeiras de estátua para sensibilizar o ouvido para os momentos que exigiam concentração, histórias sobre um pássaro que apenas no silêncio cantava porque ele se confundia ao ouvir pessoas falando.

Esse processo resultou em bebês e crianças brincando e se concentrando para tocar um tambor apenas no refrão, lembrando que a música acabava na segunda repetição e se levantando respectivamente para guardar seu instrumento. Culminou com meninos e meninas de até 3 anos se concentrando com as flautas no queixo para fazer a finalização de frases com 2 notas e se contendo no restante da música. Se isso ainda não bastasse, eles realizaram solos, cantaram sozinhos perante uma plateia de 300 pessoas e, quando se confundiram, continuaram  sem medo, pelo contrário. Foram corajosos o tempo todo.

E o mais importante e lindo: eles estavam no palco felizes! Brincavam enquanto se apresentaram, apresentaram-se brincando. Um resultado que é fruto de um processo pedagógico e artístico planejado e cuidadosamente pensado em cada detalhe, que contou com uma equipe de profissionais competentes e apaixonados pelo que fazem e com o apoio dos familiares.

Nossos pequenos foram grandes nas duas noites da Mostra da Educação Infantil. E estamos cheios de orgulho deles!

Por Bruna Williena – Supervisora da Educação Musical do Colégio Platão

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