Aprender música é mais que estudar técnicas e notas

Ao contrário do que muitos ainda insistem em acreditar, aprender música é mais que estudar técnicas e notas. Aprender música é ouvir, discutir, pensar e se deixar musicalizar. É sobretudo não correr contra o tempo, é deixar com leveza e propriedade o aluno ser também um educador.Desde os primeiros meses de vida, os bebês exploram sons vocais, improvisando linhas e desenhos melódicos.

Assim, estabelecem jogos de comunicação com os adultos, respondendo aos estímulos sonoros que recebem, e, desta forma, desenvolvem os recursos necessários à expressão por meio da linguagem e também da música. Com isso, é possível perceber que, no processo natural da evolução de um ser humano, exploramos a comunicação antes de falar, descobrimos movimentos dos nossos dedos antes de pegar objetos, aprendemos a engatinhar para depois andar, e só depois correr, observamos as pessoas e escutamos suas palavras para reproduzir e memorizar padrões de comportamento humano.

Afinal, por que um aluno que acabou de iniciar um estudo musical precisa, antes de aprender a fazer música, aprender a ler códigos? Antes de tocar, aprender a escrever?

Entendemos que é cultural uma apologia à metodologia musical construtivista, mas compreendemos e utilizamos uma abordagem musical ampla, que não se centraliza em uma única proposta, mas se permite  adequar de acordo com as necessidades de cada aluno.

De acordo com KEBACH (2018), “a liberdade de improvisação, criação e atribuição de significado as obras musicais […] é proporcionada especialmente em ambiente interacionistas, cujo educador musical compreende, epistemologicamente, que seu papel é desafiar, acompanhar, orientar e proporcionar atividades significativas para seus alunos” (KEBACH, 2018, p. 5).

Aprender um instrumento musical é mais do que traduzir sinais, é mais do que “ler” uma partitura. Sendo assim, entendemos que a prática musical independente da metodologia é pré-requisito primordial para a compreensão dos sinais.

Música deve ser estudada a partir de música e não podemos aceitar menos que isso.

Por Bruna Williena da Silva – Supervisora de Educação Musical do Colégio Platão 

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